MENSALÃO MINEIRO
O Tribunal de Justiça de Minas
Gerais (TJ-MG) julga nesta terça-feira, 24, recurso do ex-governador do
Estado Eduardo Azeredo (PSDB) contra condenação de 20 anos e 1 mês de
prisão imposta ao tucano por envolvimento no esquema do mensalão
mineiro. Nesta segunda-feira, 23, em parecer, o Ministério Público de
Minas Gerais reafirmou posicionamento pela manutenção da sentença e pela
prisão imediata de Azeredo após esgotados todos os recursos no TJ
mineiro. Azeredo poderá ser o primeiro preso da versão tucana do
mensalão.
A apelação (embargos infringentes) a ser julgada nesta terça busca "a
prevalência do voto que absolveu o apelante, a revisão da dosimetria
das penas aplicadas para o patamar mínimo legal e a reconsideração da
expedição de mandado de prisão após o esgotamento das vias recursais
ordinárias", segundo o Ministério Público. A condenação inicial de
Azeredo no TJ-MG foi por 2 votos a 1.
O ex-governador foi
condenado em segunda instância a 20 anos e 10 meses de prisão por
peculato e lavagem de dinheiro em 23 de agosto de 2017. Em 21 de
novembro, durante julgamento de embargos declaratórios, que foram
negados, a pena foi reduzida para 20 anos e 1 mês. A sentença prevê o
início do cumprimento da pena quando esgotados todos os recursos na
Justiça de Minas. O julgamento dos embargos infringentes levam em conta
diferenças nos votos dos desembargadores.
O mensalão mineiro, segundo denúncia do Ministério Público, foi um
"esquema de desvio de recursos do governo mineiro, operado pelo
empresário Marcos Valério de Souza, para financiar a campanha à
reeleição do ex-chefe do Executivo (Azeredo), em 1998".
O
julgamento desta terça será realizado pela 5.ª Câmara Criminal do TJ-MG,
composta por cinco desembargadores. Depois desse recurso, existe ainda a
possibilidade de apresentação de novo recurso, os chamados embargos
declaratórios sobre os embargos infringentes.
Parecer
O
Ministério Público de Minas defendeu a manutenção das decisões sobre
"temas pertinentes à aplicação da pena e à expedição do mandado de
prisão após o esgotamento dos recursos em segunda instância". O parecer
do procurador de Justiça Antônio de Padova Marchi Júnior diz não "haver
motivo que justifique a manutenção em liberdade do recorrente caso seja
confirmada a condenação após o julgamento dos infringentes".
O
advogado de Azeredo, Castellar Guimarães Neto, disse acreditar em uma
vitória hoje. A defesa vai tentar fazer com que prevaleça o voto pela
absolvição do ex-governador, na decisão anterior do tribunal, por 2 a 1.
"Já que vamos ganhar, não haverá necessidade (de novo recurso)."
"Espero que Deus ilumine os desembargadores", afirmou ao jornal O
Estado de S. Paulo na semana passada o ex-governador, que insiste na
tese de que sua condenação é uma compensação pela sentença de petistas
no mensalão pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
condenado na Lava Jato.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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