AFUNILAMENTO
Pré-candidato à Presidência da
República pelo PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin defendeu nesta
segunda-feira (23), um "afunilamento" das candidaturas de centro diante
do excesso de partidos que já anunciaram pré-candidaturas à sucessão
presidencial.
O tucano adiantou ser possível uma aproximação do PSDB a partidos que
já lançaram nomes à corrida pelo Palácio do Planalto, mas não quis
citar siglas que poderiam se aliar à sua candidatura.
"Não vou
citar partidos porque essas questões não dependem de nós, dependem dos
partidos. Mas acho que é possível, sim", disse Alckmin, ao responder se
poderia se aproximar de partidos que são hoje concorrentes pela sucessão
do presidente Michel Temer (MDB).
"É natural que se reduza o
número de candidaturas, que se busque entendimento em torno de um
projeto para o Brasil. Não vamos decidir só os próximos quatro anos,
podemos estar decidindo o futuro de uma geração. O Brasil está numa
encruzilhada que é importante", acrescentou o ex-governador.
Alckmin
fez o comentário após considerar, durante reunião com dirigentes da
FecomercioSP, que a disputa pela Presidência está muito "fragmentada".
"Contei na semana passada 22 pré-candidatos. A população fica até
confusa. Tem que reduzir um pouco. Claro que estamos no começo, mas acho
que até maio ou junho, a gente precisa fazer esforço mais ao centro
para afunilar", declarou.
Segundo o ex-governador, a televisão terá grande peso numa campanha
de apenas 45 dias e para ter mais espaço no horário eleitoral
transmitido por essa mídia, sua candidatura fechou alianças com cinco de
um total de sete partidos pretendidos. Os nomes das siglas também não
fora revelados.
O ex-governador também destacou as alianças
regionais para avançar onde o PSDB tem poucas intenções de votos. "Vamos
ter os melhores palanques do Brasil, dede o Rio Grande do Sul até
Roraima. Estamos montando os melhores palanques em termos de
governadores", assinalou Alckmin, que fará uma caravana pelo Brasil em
busca de votos. Ele acrescentou que acabou de fechar o apoio em Minas
Gerais, com o senador Antonio Anastasia, e que está trabalhando numa
aliança no Rio de Janeiro.
Sobre o Nordeste, apontou que o PT não é
mais unanimidade na região e que o ex-presidente Lula não será
candidato. Alckmin também disse que tem uma "avenida" para crescer nas
pesquisas ao comentar os resultados de levantamentos recentes que
indicam entre 6% e 8% as intenções de votos no candidato do PSDB. "Temos
28% a mais que poderiam votar. Temos aí uma avenida para poder crescer e
passar de dois dígitos. Não vamos achar que isso vai acontecer no curto
prazo", disse Alckmin, emendando que, como a campanha ainda não
começou, não conta com os meios de comunicação pelos quais poderá levar
sua mensagem aos eleitores.
O ex-governador também minimizou as chances de um candidato de fora
da política tradicional sair vencedor das eleições de outubro. "Numa
campanha de 45 dias, o novo vai ter dificuldade até para ficar
conhecido".
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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