quarta-feira, 23 de novembro de 2016

“É um holocausto aqui em Alepo”, diz cirurgião sírio à ‘BBC;’ Depoimento aparece em um vídeo da rede britânica que mostra um hospital completamente destruído por um bombardeio na cidade

GUERRA NA SÍRIA

Em depoimento à rede britânica BBC, um cirurgião sírio que vive na cidade de Alepo, um dos locais mais afetados pelo conflito de mais de cinco anos na Síria, falou sobre a precária situação em que os moradores da região controlada pelos rebeldes vive atualmente. “É um holocausto aqui em Alepo”, disse o médico, que não teve a identidade revelada.

“Não há comida nos mercados, não há combustível. As pessoas estão comendo folhas de árvores e lentilhas… A população está desnutrida, todos os pacientes estão desnutridos”, afirmou o cirurgião. “Não podemos andar nas ruas. Há pessoas mortas sob os escombros. Nós apenas esperamos a morte cair do céu”, disse o médico no depoimento.

As declarações do cirurgião sírio sobre a situação na área sitiada de Alepo estão em um vídeo da BBC que mostra um hospital completamente destruído por um bombardeio na cidade.

Diante dos constantes bombardeios aos hospitais da cidade, o cirurgião falou ainda sobre a impotência dos médicos. “Não há nada que possamos fazer. É uma situação muito difícil. Vemos nossos parentes e amigos morrendo, precisando de cirurgia, mas não temos uma sala de cirurgia”.

Comida

Na sexta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que as remessas de ajuda se esgotaram no leste de Alepo. A ONU não consegue acessar o setor rebelde da cidade desde o início de julho.

O Exército da Síria acusa os rebeldes no leste sitiado de Alepo de possuírem estoques de alimentos e lhes orientou a distribuir rações para aliviar a escassez.”O comando geral das Forças Armadas conclama os militantes nos bairros do leste de Alepo a abrirem os depósitos de rações e distribuir comida àquelas que necessitam”, disse um comunicado do Exército.

Zakaria Malahifji, membro do alto escalão do grupo rebelde Fastaqim, que atua em Alepo, disse não haver armazéns repletos de alimento. “As pessoas estão atrás de pão. (O Exército) está dizendo estas coisas para parecer que se importa com as pessoas”, afirmou Malahifji.

(Com Reuters)

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