BRASIL, POLÍTICA
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), entrevistado por Augusto
Nunes, durante o Fórum Veja: Amarelas ao Vivo - 27/11/2017 (Antonio
Milena/VEJA)
Pré-candidato à Presidência da República pelo PSL, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) criticou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em entrevista à TV Bandeirantes neste domingo. Ao apresentador José Luiz Datena, ele rebateu o conteúdo de denúncia por racismo apresentada contra ele pela PGR e disse que tem “imunidade total” para se expressar.
A procuradora-geral da República apresentou ao Supremo Tribunal
Federal (STF) uma denúncia contra o pré-candidato por racismo praticado
contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. De acordo
com a denúncia, em uma palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em
abril de 2017, Jair Bolsonaro, em pouco mais de uma hora de discurso,
“usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo
diretamente vários grupos sociais”.
“Ela (Dodge) acha muito e não encontra nada”, disse Bolsonaro.
“Quanto a quilombolas, eu tenho imunidade total por quaisquer palavras,
opiniões e votos. Gostaria que Raquel Dodge nos acompanhasse nesse
quilombola em que eu fui em Eldorado Paulista para ver o desperdício de
recursos, maquinários abandonados. Eles não fazem absolutamente nada, é
uma realidade”, afirmou.
Bolsonaro também criticou a procuradora-geral da República por ter
entrado com uma ação no Supremo contra o voto impresso nas próximas
eleições. “Por que ela entrou com a ação? Ela confia no voto
eletrônico?”, questionou. Segundo o parlamentar, com o voto impresso ele
“ganharia a eleição no 1º turno”.
No programa de TV exibido neste domingo, Bolsonaro comenta ainda a
possível entrada do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa (PSB) na disputa
presidencial. Bolsonaro avaliou que tem “posições completamente
diferentes” das do ex-ministro do Supremo e citou temas como as cotas
raciais. O deputado se disse contrário a cotas raciais em universidades
públicas.
Perguntado sobre como combater a corrupção, Bolsonaro afirmou que,
para isso, é necessário diminuir o tamanho do Estado e não aceitar
indicações políticas para cargos no governo. “As indicações políticas
produzem a ineficiência do Estado e levam à corrupção.”
Segundo o deputado, políticos corruptos “querem o fim do foro
privilegiado casado com o fim da prisão após a condenação em segunda
instância”, pois os processos contra eles levariam muito mais tempo para
serem concluídos, ou seja, somente quando chegarem à última instância.
Sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro
disse que “não é caso de ficar feliz nem triste, mas tem que confiar na
Justiça”.
Bolsonaro criticou ainda a intervenção federal na segurança no Rio de
Janeiro. O deputado considerou que a ação foi “uma medida de marketing”
do governo do presidente Michel Temer. Ele disse haver falta de
“retaguarda jurídica” para que militares atuem no Estado e classificou
que a situação do território fluminense é de guerra.
O candidato do PSL considerou que, da forma como está a legislação
hoje, no caso de uma morte num confronto, o envolvido teria problemas na
Justiça. “Se estamos em guerra, os dois lados podem atirar”, disse.
(Com Estadão Conteúdo)
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