
Forças Armadas vão fazer parte da política nacional, diz Bolsonaro - Luciano Belford/Agencia O Dia.
Brasília - O presidente
eleito, Jair Bolsonaro, incluiu nesta quinta-feira, pela primeira vez, o
Ministério da Defesa entre os três superminstérios de seu futuro
governo – os dois outros são o da Justiça e o da Economia. "A Defesa é
um outro superministério. As Forças Armadas vão sim fazer parte da
política nacional. Não vão ser relegadas como nos governos de Fernando
Henrique e do PT", anunciou, em entrevista coletiva para emissoras de
televisão.
Bolsonaro também deu outros detalhes sobre a estrutura
de seu futuro governo. Disse que os ministérios da Agricultura e Meio
Ambiente deverão mesmo ficar separados, mas avisou que ele escolherá os
dois ministros. "Não vão ser as ONGs", afirmou referindo-se à pasta do
Meio Ambiente. Na ocasião, ele se disse "pronto para voltar atrás"
porque, primeiramente, o setor rural defendeu de forma unânime a união
dos dois ministérios, mas depois se dividiu, por entender que a fusão
prejudicaria o agronegócio no Exterior – onde é exigido dos exportadores
o cumprimento de normas ambientais.
O presidente eleito também anunciou que o ensino
superior sairá do âmbito do Ministério da Educação e passará a ser
administrado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. "Não temos nenhuma
das nossas universidades entre as melhores do mundo e o nosso Marcos
Pontes vai dar um gás especial para essa questão aí", afirmou.
Perguntado se investiria mais nas universidades, disse
que não. "Pelo contrário, nós queremos investir mais no ensino básico e
médio". Provavelmente, relatou, o seu governo deverá ter até 17
ministérios - hoje são 29.
Economia e reforma
Jair Bolsonaro também voltou a dizer que o futuro
ministro da Economia, Paulo Guedes, terá "carta branca" para escolher
nomes e para administrar a pasta que reunirá a Fazenda, o Planejamento e
a Indústria e o Comércio. Sem citar nomes, disse que há "gente boa" no
governo Temer que poderia ser aproveitada por Guedes. Ele também
reafirmou os compromissos da sua equipe econômica com as metas de
inflação, juros, câmbio e com a reforma da Previdência.
Sobre votar ou não a proposta de reforma agora, ele
disse que isso depende de saber se haverá quórum, já que o Congresso
está esvaziado após a eleição. Ele considerou aproveitar "alguma coisa"
do que está aprovado na Comissão especial da Câmara, mas voltou a
defender especificidades para aposentadoria de diversas categorias -
inclusive os militares. Mas disse ser necessária e urgente a reforma da
Previdência. "Se ficarmos sentados olhando para o céu, vamos correr o
risco de virar uma Grécia", comparou.
Bolsonaro defendeu também a desburocratização do Estado
para favorecer empreendedores e uma fiscalização que seja amigável.
Também defendeu que a Petrobras faça parcerias para investir mais.
Anunciou, por fim, que ira avalizar o acordo Boeing-Embraer.
Exterior
Ele se disse ainda aberto a conversar, inclusive já na
próxima semana, quando virá a Brasília, com representantes da China e de
outros países que querem negociar com o Brasil. "Vamos fazer negócios
sem viés ideológico", avisou. Bolsonaro afirmou não ver "clima pesado ou
problemas" em mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém.
"Não é problema de vida ou morte, respeito os judeus e o povo árabe".
Ele disse que esses assuntos serão tratados pelo futuro ministro das
Relações Exteriores.
(Com informações da Agência Brasil)
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