quinta-feira, 25 de abril de 2019

Moro rebate ex-primeiro-ministro português: ‘não debato com criminosos pela televisão’

BRASIL,  POLÍTICA
 

O ministro brasileiro foi criticado por José Socrates e chamado de medíocre.

Nesta quarta-feira (24), o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, acabou rebatendo críticas feitas contra sua pessoa por parte do ex-primeiro-ministro português, José Socrates. Moro foi chamado pelo português de “medíocre”, além de ser considerado pelo ex-político como um ativista disfarçado no campo da política. O ex-magistrado da Operação Lava Jato por várias vezes já chegou a criticar a Justiça de Portugal por não ser capaz de punir políticos corruptos no tempo em que Socrates estava no poder.

O ex-chefe de Estado português afirmou que Moro era um juiz indigno e como pessoa era “lamentável”.

Em uma entrevista ao programa “Fala Portugal”, nesta terça-feira (23), que foi transmitido pela RecordTV Europa, o ministro de Jair Bolsonaro disse que não iria responder às ofensas de Socrates e ressaltou que não debate com criminosos pela Televisão. Em razão disso, não iria fazer nenhum comentário. Vale ressaltar que o ex-primeiro-ministro já foi acusado de Corrupção em vários processos.

Socrates disse à Agência Lusa que é repugnante as declarações do ex-juiz federal.

De acordo com o ex-político, nunca provaram nenhum crime contra ele e lamentou que Sérgio Moro visse ele como um condenado que nunca foi julgado.

José Socrates disse em uma entrevista na TVI24, nesta terça-feira (23), que Sérgio Moro só chegou a ter ênfase como juiz após ter condenado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Declarações de Moro
Na segunda-feira (22), em uma Faculdade de Direito de Lisboa, Moro disse que enquanto juiz havia colaborado com o Ministério Público português na Operação Marquês, que envolvia supostas irregularidades cometidas por Socrates.


O ex-magistrado disse que o Brasil viveu momentos de grande tensão com o Mensalão e a Lava Jato diante de casos complexos de corrupção. Entretanto, viu em Portugal uma realidade um pouco diferente em se tratando do índice de corrupção da Transparência Internacional. Contudo, Moro ressaltou que mesmo assim, Portugal não estava livre da corrupção e citou o caso de José Socrates como exemplo. O ex-primeiro-ministro foi acusado de 31 crimes de corrupção, que envolveram fraudes fiscais. No entanto, os processos contra ele ainda seguem em andamento.
Dificuldade institucional.

Para o ministro da Justiça do Brasil, há uma grande ‘dificuldade institucional” em Portugal para que crimes de corrupção contra o ex-político português possam avançar na Justiça.


Moro também defendeu a delação premiada como um mecanismo eficiente para avançar nas investigações contra a corrupção. Esse mecanismo foi muito utilizado no Brasil pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

Para Moro, é importante que alguém de dentro de uma organização criminosa possa falar sobre o que acontece no seu centro.



(Via: Blastingnews)

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