O Governo do Rio Grande do Norte quer receber R$ 162 milhões
antecipados de bancos públicos para enfrentar a crise financeira. Em
troca, essas instituições seriam pagas com os royalties que devem ser
repassados pelas empresas que exploram petróleo e gás no estado, até
dezembro de 2019 - primeiro ano da próxima gestão estadual.
De acordo com a Mensagem 200/2018 assinada pelo governador Robinson
Faria (PSD), os recursos que deverão ser antecipados pelos bancos, caso o
projeto seja aprovado, deverão ser usados no fundo previdenciário do
estado - para pagamento de aposentados - e amortização extraordinária de
dívidas com a União.
No mesmo texto, o governo tira os royalties das garantias contidas no
contrato de concessão da Arena das Dunas. No lugar, entrariam 12% da
primeira parcela do Fundo de Participação do Estado, a cada mês.
Na mensagem encaminhada ao presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira
(PSDB), o governador defendeu a necessidade da aprovação e pediu
urgência na tramitação do projeto na Assembleia Legislativa.
"Importa ressaltar que, diante da grave crise financeira suportada pelo
Estado do Rio Grande do Norte, o Projeto de Lei ora proposto é uma
medida de extrema relevância para restabelecer o equilíbrio das finanças
estaduais, contribuindo para a minoração do déficit previdenciário",
declarou.
O que é royalty
O royalty é uma compensação financeira paga à União, estados e
municípios pelas empresas que produzem petróleo e gás no território
nacional. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), "uma remuneração à sociedade pela exploração
desses recursos não renováveis".
O valor incide sobre o valor da produção e é recolhido mensalmente
pelas empresas concessionárias. A Secretaria do Tesouro Nacional (STN)
recebe o pagamento e distribui os valores.
Queda na arrecadação
O Rio Grande do Norte vem recebendo menos royalties nos últimos anos,
como reflexo da queda da produção petrolífera no estado. Apesar de uma
recuperação no ano passado, quando, de janeiro a dezembro, recebeu R$
139,1 milhões - cerca de R$ 8 milhões a mais que em 2016 - o valor ainda
é muito abaixo do que já foi no passado. Em 2013, o estado recebeu R$
269,4 milhões - quase o dobro do recebido no ano passado.
(Por Igor Jácome, G1 RN)
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