O Partido Verde (PV) protocolou nesta terça-feira (26) na Câmara
representação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jair
Bolsonaro (PSC-RJ). De acordo com o PV, ao anunciar seu voto pela
admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff
no dia 17 Bolsonaro quebrou o decoro ao homenagear a memória do coronel
Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Conforme o
argumento do partido, a forma como Bolsonaro se referiu ao coronel
constitui-se “em verdadeira apologia ao crime de tortura”, atentado
contra os direitos humanos e desrespeito com aqueles que foram
torturados durante a ditadura militar. O coronel Brilhante Ustra foi
chefe do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo
entre 1970 a 1974, em plena vigência do Ato Institucional nº 5.
“O
deputado Jair Bolsonaro tem o direito de expressar suas preferências e
simpatias. No entanto, não pode fazê-lo de modo a enaltecer crimes ou
criminosos. Essa citação, por tudo o que o coronel Brilhante Ustra
representou contra a democracia brasileira, os direitos humanos e o
estado de direito, constitui-se em uma grave ofensa aos cidadãos do país
e, muito especialmente, aos que sofreram torturas durante a ditadura”,
afirmou trecho da representação do PV.
Assinada
pelo presidente do PV, José Luiz de França Penna, a representação foi
dirigida ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O
partido pede o acolhimento da representação e a adoção de medidas
necessárias para abertura de processo disciplinar, visando à apuração
dos fatos e a consequente responsabilização do parlamentar.
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