domingo, 1 de abril de 2018

Gilberto Occhi assumirá Ministério da Saúde. Ligado ao PP, futuro ministro será sucedido na presidência da Caixa por Nelson Antônio de Souza, também indicado pelo partido

BRASIL, POLÍTICA
 O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, durante entrevista coletiva sobre a liberação das contas inativas do FGTS - 05/04/2017
 O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, durante entrevista coletiva sobre a liberação das contas inativas do FGTS - 05/04/2017 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Depois de vários dias de impasse, foi definida neste sábado (31) a sucessão no Ministério da Saúde. O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, assume o posto, hoje ocupado pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), que deixa o cargo para concorrer a um novo mandato na Câmara dos Deputados. A transmissão do cargo ocorre na segunda, às 10h30.

A negociação foi feita entre o presidente Michel Temer e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira. Conforme Nogueira, o atual vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antônio de Souza, assume a presidência do banco estatal.

Ligado ao PP, Occhi vinha sendo cotado para a Saúde havia dias. A transferência do cargo estava marcada para semana passada, mas na última hora a indicação foi suspensa, diante do receio de que, com a transferência, o partido perdesse o comando da Caixa. As negociações continuaram e, neste sábado, as trocas foram confirmadas.

A indefinição sobre a chefia do Ministério da Saúde e da Caixa tem como pano de fundo a própria sucessão presidencial. Há duas semanas, Temer havia sinalizado o desejo de receber um apoio mais explícito do PP à sua candidatura à Presidência. O jogo mudou, no entanto, na última quinta-feira, depois da Operação Skala, que apura supostos benefícios no setor portuário e prendeu amigos do presidente, como o advogado José Yunes e o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho.

Diante desse quadro, a busca por apoios ao governo teria se tornado mais urgente ao presidente do que a montagem de alianças por sua reeleição. Há a possibilidade de a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma nova denúncia contra Michel Temer, a terceira em menos de um ano, desta vez com base no inquérito que investiga suposto recebimento de propina pelo presidente e aliados dele em troca de benefícios a operadoras de terminais portuários com o Decreto dos Portos, editado por Temer em 2017.

Caso a PGR denuncie o emedebista, caberá à Câmara decidir se a acusação pode ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As duas denúncias anteriores contra o presidente, ambas apresentadas pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot no âmbito da delação premiada do Grupo J&F, foram barradas pelos deputados em 2017 e suspensas até que Michel Temer deixe a Presidência.

Trocas no ministério de Temer

Além de Gilberto Occhi na Saúde, Valter Casimiro Silveira foi confirmado pelo Planalto como novo titular do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Casimiro substituirá o ministro Maurício Quintella Lessa, que também deixará o cargo para concorrer nas eleições de outubro.

Todos os ministros que quiserem disputar as eleições deste ano têm até o dia 7 de abril para deixarem seus cargos, na chamada desincompatibilização.

Ainda devem deixar o governo o ministro do Turismo, Marx Beltrão, e da Educação, Mendonça Filho. Também exista a expectativa sobre a saída do ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra; de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho; da Integração Nacional, Helder Barbalho; e do Esporte, Leonardo Picciani.

 (Por Estadão Conteúdo)

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