O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, durante entrevista coletiva sobre a liberação das contas inativas do FGTS - 05/04/2017 (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Depois de vários dias de impasse, foi definida neste sábado (31) a sucessão no Ministério da Saúde. O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, assume o posto, hoje ocupado pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), que deixa o cargo para concorrer a um novo mandato na Câmara dos Deputados. A transmissão do cargo ocorre na segunda, às 10h30.
A negociação foi feita entre o presidente Michel Temer e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira. Conforme Nogueira, o atual vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antônio de Souza, assume a presidência do banco estatal.
Ligado ao PP, Occhi vinha sendo cotado para a Saúde havia dias. A transferência do cargo estava marcada para semana passada, mas na última hora a indicação foi suspensa, diante do receio de que, com a transferência, o partido perdesse o comando da Caixa. As negociações continuaram e, neste sábado, as trocas foram confirmadas.
A indefinição sobre a chefia do Ministério da Saúde e da Caixa tem como pano de fundo a própria sucessão presidencial. Há duas semanas, Temer havia sinalizado o desejo de receber um apoio mais explícito do PP à sua candidatura à Presidência. O jogo mudou, no entanto, na última quinta-feira, depois da Operação Skala, que apura supostos benefícios no setor portuário e prendeu amigos do presidente, como o advogado José Yunes e o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho.
Diante desse quadro, a busca por apoios ao governo teria se tornado mais urgente ao presidente do que a montagem de alianças por sua reeleição. Há a possibilidade de a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma nova denúncia contra Michel Temer, a terceira em menos de um ano, desta vez com base no inquérito que investiga suposto recebimento de propina pelo presidente e aliados dele em troca de benefícios a operadoras de terminais portuários com o Decreto dos Portos, editado por Temer em 2017.
Caso a PGR denuncie o emedebista, caberá à Câmara decidir se a acusação pode ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As duas denúncias anteriores contra o presidente, ambas apresentadas pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot no âmbito da delação premiada do Grupo J&F, foram barradas pelos deputados em 2017 e suspensas até que Michel Temer deixe a Presidência.
Trocas no ministério de Temer
Além de Gilberto Occhi na Saúde, Valter Casimiro Silveira foi confirmado pelo Planalto como novo titular do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Casimiro substituirá o ministro Maurício Quintella Lessa, que também deixará o cargo para concorrer nas eleições de outubro.Todos os ministros que quiserem disputar as eleições deste ano têm até o dia 7 de abril para deixarem seus cargos, na chamada desincompatibilização.
Ainda devem deixar o governo o ministro do Turismo, Marx Beltrão, e da Educação, Mendonça Filho. Também exista a expectativa sobre a saída do ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra; de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho; da Integração Nacional, Helder Barbalho; e do Esporte, Leonardo Picciani.
(Por Estadão Conteúdo)
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