Estado de saúde de Brunna Silveira Lopes é grave — Foto: Reprodução/TV Globo
A garota Brunna Silveira Lopes, de 7 anos, passou por uma nova cirurgia para conter um sangramento, na tarde desta quinta-feira (4). A garota passou por um transplante de coração durante a madrugada, no Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (Imip), na área central do Recife.
Vítima de uma cardiopatia grave, ela foi transferida do Rio Grande do Norte, onde mora com a família, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Por meio de nota, a direção do Imip informou que o estado de saúde da
criança segue grave. O Imip foi acionado pelo Sistema Nacional de
Transplantes para receber Brunna e ela entrou na lista de prioridade
máxima para doação de coração.
A menina chegou à capital pernambucana na tarde da quarta-feira (3). No
mesmo dia, à noite, o hospital recebeu a informação de que havia um
coração compatível.
Em entrevista ao G1, a mãe da menina, Núbia Barbosa, falou sobre a vontade de conhecer a família de quem autorizou a doação
do coração para a menina. Evangélica, ela disse ter feito muitas
orações. "Foi Deus quem conseguiu esse coração para Brunna", declarou.
Situação delicada
Antes de conseguir o novo órgão, Brunna foi mantida viva por estar
ligada a uma máquina de "oxigenação por membrana extracorpórea",
conhecida como ECMO. Segundo o médico Madson Vidal, que acompanha a
menina no estado natal, ela nasceu com um problema chamado "transposição
das grandes artérias" e passou por um cirurgia paliativa ainda quando
bebê.
Brunna é paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) e, nas últimas duas
semanas, precisou passar por um novo procedimento para melhorar a sua
oxigenação, porque seu tom de pele estava cada vez mais "roxo". Neste
novo procedimento, no entanto, o coração não suportou a circulação,
segundo Vidal.
Brunna foi trazida ao Recife na quarta-feira (3), numa aeronave da FAB — Foto: Klênyo Galvão/Inter TV Cabugi
Foi aí que começou a saga por um transplante para Brunna. A Central
Nacional de Transplantes e a Justiça haviam negado autorização para o
transplante no Hospital Rio Grande, onde ela estava internada.
A situação gerou um desabafo do médico Madson Vidal, que repercutiu redes sociais.
Após uma mobilização de vários órgãos, foi viabilizada a transferência
de Brunna para o Recife, em uma operação que envolveu 20 profissionais
de diferentes áreas.
Na terça-feira (3), ela foi trazida para o Recife, após o Imip ser
acionado pelo Sistema Nacional de Transplantes para recebê-la. Ela
entrou na lista de prioridade máxima para doação de coração.
Fila de transplante em Pernambuco
Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), na quarta-feira (3), apontam que mais de mil pessoas estão na fila de espera para transplante de órgãos
em Pernambuco. O número, segundo o governo estadual, poderia ser menor,
caso mais famílias aceitassem doar os órgãos de entes falecidos.
Nos dois primeiros meses do ano, o índice de recusa foi de 36%. Segundo
a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), um percentual
aceitável de negativas deveria ficar em torno de 30%. Entre janeiro e
fevereiro de 2019, Pernambuco realizou 93 transplantes de órgãos
sólidos, entre coração (8), rim (56) e fígado (27) - um a mais que o
mesmo período em 2018.
No Brasil, a doação só pode ser efetuada com a autorização de um
parente de até segundo grau. De acordo com a pasta, a dificuldade em
diminuir o número de pacientes na fila de espera por transplantes está
diretamente ligada à falta de informações e preconceito.
(Por G1 PE)
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