O procurador da República Bruno Lamenha se reuniu com integrantes
da comunidade cigana da etnia Calon, no Município de Equador, a 280
quilômetros de Natal. Parte da visita realizada quarta-feira foi
acompanhada pela prefeita Noeide Sabino e integrantes da Secretaria
Municipal de Assistência Social.
Os ciganos, 18
famílias ao todo, deixaram a vida nômade e vivem na cidade de Equador,
em sua maioria na Rua Joaquim Pedro, em residências pequenas que
comportam famílias numerosas. Representantes da comunidade alegam que o
dialeto e os costumes ciganos vêm sendo preservados, apesar de viverem
na área urbana e dos preconceitos que sofrem.
Dentre
os problemas enfrentados estão a falta de infraestrutura das moradias, o
desemprego e o fato de grande parcela das famílias dependerem de
auxílios como o Bolsa Família e ajuda da Prefeitura local. Parte dos
adultos sabe escrever apenas o próprio nome e muitos temem expor sua
cultura em ambientes públicos, por medo de discriminação.
Essa
discriminação não se resumiria a “olhares tortos” do restante da
população. Segundo eles, os ciganos são preteridos em vagas de empregos,
pois sofrem com a desconfiança dos demais, que desconhecem seus
costumes e tradições. Até mesmo nas unidades de saúde o preconceito
estaria fazendo com que fossem atendidos com menos celeridade.
Soluções
- Dentre as medidas necessárias a garantir os direitos desses cidadãos,
uma defendida por toda a comunidade é a adoção de projetos escolares ou
seminários que possam ensinar os estudantes sobre a cultura dos ciganos
e, assim, minimizar o preconceito junto às novas gerações. Eles também
cobraram melhoria nos imóveis e incentivo à educação básica dos adultos.
Outra
reivindicação é o funcionamento concreto da Associação da Comunidade
Cigana de Equador, que ainda depende de formalização junto ao cartório.
Ao mesmo tempo, as famílias solicitam campanhas de incentivo nas
empresas para que os ciganos possam ser incluídos no mercado de
trabalho.
Bruno Lamenha irá analisar os pleitos da
comunidade e estudar iniciativas que garantam a execução das políticas
públicas adequadas à sobrevivência e à perpetuação das tradições e
costumes da comunidade. Uma das possibilidades é a assinatura de um
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a prefeitura local e outros
entes públicos.
por:NovoJornal
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