Ministros que cuidam da articulação política do governo estão
tratando, nesta quinta-feira, 31, da transferência do Ministério da
Saúde do PMDB para o PP. Antes mesmo da confirmação da saída de Marcelo
Castro (PMDB-PI), o PP já definiu o deputado Ricardo Barros (PP-PR) como
nome cotado para ocupar o comando da pasta.
Interlocutores
do Planalto confirmam que o ministério passará a ser comandado por
Barros, que relatou o Orçamento de 2016. De acordo com um integrante do
núcleo político do governo, é preciso sacrificar o deputado peemedebista
Marcelo Castro, que assumiu a pasta da Saúde em outubro do ano passado,
para contemplar o PP, quarta maior bancada da Câmara, com 49 deputados.
O
partido já controla o Ministério da Integração Nacional. A pasta
continuará com a legenda, mas o comando será trocado. Sai o atual
ministro, Gilberto Occhi, para assumir o deputado Cacá Leão, que já era
cotado para substituir Occhi no início do ano, por motivos de saúde. O
deputado é filho de João Leão (PP-BA), vice-governador da Bahia e
próximo a Jaques Wagner, ex-ministro da Casa Civil e atual chefe do
Gabinete Pessoal da presidente Dilma Rousseff.
Occhi
deve ser nomeado presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), banco do
qual é funcionário de carreira desde a década de 1980 e já foi
vice-presidente. Atualmente a Caixa é dirigida pelo PT, com Miriam
Belchior.
O anúncio das trocas envolvendo o PP, no
entanto, não deve ocorrer imediatamente. O Palácio do Planalto quer
apresentar todas as trocas de uma vez e espera fechar as negociações com
o PR e o PSD. O governo ofereceu ao PR, que hoje comanda Transportes, o
Ministério de Minas e Energia. A pasta do PSD ainda está em negociação.
Hoje, o partido comanda o Ministério das Cidades.
PMDB
Após
o anúncio da saída do PMDB do governo, Dilma tenta refazer a equipe com
partidos aliados que assegurem votos contra o impeachment na Câmara dos
Deputados. A votação deve ocorrer em meados de abril e, para barrar o
processo, a presidente precisa do apoio de 171 deputados.
Em
jantar ontem com Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
relatou as negociações dos últimos dias. Foi Lula que negociou o acordo
com o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) para a manutenção de Helder
Barbalho à frente da Secretaria de Portos. Helder é filho de Jader.
A
disposição dos ministros do PMDB em continuar na equipe provocou
divergências no Palácio do Planalto. Até o começo da tarde, uma ala do
governo ainda defendia a permanência do ministro da Saúde, Marcelo
Castro (PMDB-PI), sob o argumento de que ele foi indicado pelo líder do
PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), que promete "entregar" de 25 a
30 votos ao governo, embora o partido tenha anunciado a saída da base
aliada
"É evidente que aqueles que são do PMDB e
querem contribuir para a saída da crise serão bem-vindos", disse o
ministro da Comunicação Social.
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