segunda-feira, 2 de julho de 2018

Ao ataque: Brasil e México prometem jogo aberto por vaga nas quartas. Tite e Juan Carlos Osorio apostam em formações ofensivas para o duelo pelas oitavas de final em Samara, às 11h (de Brasília)

AO ATAQUE
 
 Técnicos evitaram clima de mistério na véspera (Fotos/AFP)

SAMARA – O Mundial das retrancas? Não para Tite e Juan Carlos Osorio. Na véspera da partida desta segunda-feira, que começa às 11h de Brasília, os técnicos de Brasil e México prometeram manter suas filosofias ofensivas, no duelo pelas oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia, em Samara. A pressão maior está com a seleção brasileira, que tentará evitar mais uma zebra no torneio, depois das eliminações precoces de Alemanha, Argentina e Espanha. Para o México, é a chance de acabar com “maldições” e seguir sonhando com o título inédito.

Havia uma expectativa de mudança no meio, mas Tite decidiu manter a base que iniciou a Copa, mais ofensiva, com Philippe Coutinho, Neymar e os contestados Willian e Gabriel Jesus no ataque. Coutinho vem sendo o grande protagonista do time, mas Tite e Thiago Silva apostam que Neymar crescerá na fase final da competição.

Na lateral direita, o treinador manteve Fagner, que agradou nas duas últimas partidas e ganhou a titularidade de Danilo, que retornou de lesão e estará à disposição. Na esquerda, Tite optou pela manutenção de Filipe Luís, que também se destacou na chance que teve, contra a Sérvia. O titular Marcelo se recuperou de espasmo na coluna, mas a comissão preferiu preservá-lo, por ter treinado pouco durante a semana. Ele ficará no banco como opção.

O capitão da seleção brasileira será novamente Thiago Silva, que também vestiu a braçadeira na vitória por 2 a 0 sobre a Costa Rica. O jogador do PSG se disse preparado para enfrentar o time de Osorio, que costuma tentar surpreender os adversários. “Nessa fase temos de errar o menos possível, pois pode custar um trabalho de quatro anos (….) Temos de ter muita concentração e determinação, temos um plano A e B para enfrentar o México e nosso primeiro objetivo é jogar bem, porque assim estaremos mais perto da vitória.”

Também presente na entrevista, o auxiliar Sylvinho exaltou as qualidades da equipe mexicana. “Nós os conhecemos bem e vice-versa. Não vamos entrar em detalhes, mas sabemos que é uma seleção com bastante intensidade, uma segunda linha de quatro jogadores, são objetivos, tem qualidade, velocidade, fazem transições rápidas, uma equipe coesa em todos os aspectos. Temos nossa estratégia”, afirmou o ex-jogador de Corinthians, Arsenal e Barcelona.

Mexico ousado, pelo fim da maldição

A simpatia do técnico colombiano Juan Carlos Osorio, que trabalhou no São Paulo em 2015, já era conhecida dos brasileiros, mas na coletiva de domingo ele esteve especialmente à vontade. Rasgou elogios ao Brasil, o “melhor time do mundo”, segundo ele, mas prometeu não se fechar na defesa. Osorio não revelou a escalação para o jogo, mas falou abertamente sobre seus planos para o duelo. 

“Nossa ideia de jogo é causar sempre problemas defensivos ao rival, nunca renunciar à nossa proposta de atacar. Podemos ser perigosos no contra-ataque, mas a ideia é não se jogar para dentro do nossa área, porque o Brasil tem muita qualidade e acaba fazendo gol, como já ocorreu contra equipes defensivas”, disse o técnico, que pretende forçar o jogo pelas alas.

“Vamos colocar sempre, no mínimo, cinco jogadores ofensivos, ou quatro ofensivos e dois mistos. Temos de atacar, desfrutar da posse de bola, estar atentos à igualdade numérica ao defender. Sabemos que, como sempre, o Brasil tem laterais que atacam bem e vamos tentar ter vantagem nesse sentido.”

Sobre a ‘maldição das oitavas de final’ que atingiu o México nas últimas seis Copas do Mundo, o treinador deu de ombros: “Não acredito em superstição, mas em trabalho duro, em ter um bom plano para cada jogo. Às vezes funciona e às vezes não. Não falamos aos jogadores sobre o ‘quinto jogo’. Espero jogar de igual para igual com o melhor time do mundo.”

Hirving Lozano, a esperança de gols

 Hirving Lozano comemora após marcar gol para o México, durante partida contra a Alemanha, válida pela primeira rodada do grupo F da Copa do Mundo, realizada no Estádio Luzhniki, em Moscou - 17/06/2018

A equipe mexicana tem alguns destaques importantes, como goleiro Guillermo Ochoa, que brilhou contra o Brasil há quatro anos, o veterano zagueiro Rafa Márquez, ex-Barcelona, e o atacante Javier “Chicharito” Hernández, com passagens por Manchester United e Real Madrid. A maior sensação do time no momento, porém, tem apenas 22 anos e futebol comparado até a Neymar, por sua ousadia e rapidez: Hirving Lozano, destaque do PSV da Holanda.

Apelidado de “Chucky”, em referência ao boneco assassino do cinema, Lozano deve formar um ataque poderoso com Carlos Vela e Chicharito. “É um trio de muita qualidade técnica, são jogadores extremamente inteligentes, que sabem ocupar os espaços. O Chicharito eu conheço melhor por tê-lo enfrentado, sei da qualidade que esse menino tem. E além deles, o México tem jogadores que fazem a bola chegar com qualidade, temos de minimizar a chegada das bolas até esses atacantes”, afirmou Thiago Silva.

O México nunca marcou um gol no Brasil em Copas do Mundo e acumula três derrotas e um empate, mas se apega a uma de suas maiores conquistas, o ouro olímpico diante do Brasil em Londres-2012, para acreditar na façanha. “Tive a oportunidade de estar nessa geração de ouro e as recordações são bonitas, mas isso é passado, devemos olhar para frente. Eles tem jogadores de muita qualidade”, afirmou Héctor Herrera, um dos 11 remanescentes da decisão em Wembley, há seis anos.

Escalações:

Brasil: Alisson; Fagner, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís; Casemiro; Willian, Paulinho, Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus. Técnico: Tite

México: Ochoa; Álvarez, Salcedo, Rafa Márquez e Gallardo; Guardado, Herrera, Layún, Vela e Lozano; Chicharito. Técnico: Juan Carlos Osorio

Árbitro: Gianluca Rocchi (ITA). Assistentes: Elenito Di Liberatore (ITA) e Mauro Tonolini (ITA)

(Por Luiz Felipe Castro/Veja.Abril.com.br)

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